Um sopro de Prometeu e
o barro ganhou alma. A pedra, o cobre, o bronze, a prata e o ouro moldaram
figuras que encantaram milhares que por elas passaram. Sorrisos e espanto.
Surpresa e alegria. Do místico caldeirão da bruxa uma gargalhada arrancava
sorrisos enquanto o operário de prata construía sua vida com labuta e suor.
Comemorando a vida, o ébrio fazia rir enquanto mãos habilidosas com encantadas
agulhas teciam os fios dourados de um imaginário velocino. Solitário, imóvel, o
velho homem de prata aguardava o fogo prometido para caminhar sobre a terra.
Nostalgia de uma Santos antiga brotou do granito do fotógrafo de rua quando o
jornaleiro forjado em bronze abriu caminho pela imaginação do público, voando
alto em sua bicicleta. E em festa de Dioniso não faltou sacerdotisa. Evoé
deuses das artes capazes de inspirar o artista a desaparecer em personagem
invisível, pois “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, afirmava um Pessoa
em Fernando nascido pedra. O cobre bebeu o mate em guampa do hermano portenho e
da paleta do pintor as cores fizeram renascer uma Santos que a muito se foi. Ao
soar das trombetas, o céu enviou um anjo para Maria, seu Filho e todas as
crianças do mundo proteger. Ser ou não ser estátua viva, bradou a pulmões
abertos em troca da prata a argila formando Shakespeare. E no fim da viagem,
depois de olhar e olhar, enebriadas com olhos incrédulos, as pessoas pareciam
ouvir Mário de Andrade em pedra declamar: “Olhar preso no meu, perdidamente. Não
exijas mais nada. Não desejo também mais nada, só te olhar, enquanto a
realidade é simples, e isto apenas”. Por tudo o que aconteceu não foi
necessário Hércules conclamar, pois Prometeu não retornou ao Cáucaso. As águias
não terão o que dilacerar. Prometeu aguarda ansioso ao lado de Dioniso o novo ciclo
se completar. Assim, em 2013, mais fogo lançará aos homens. E mais uma vez o
barro ganhará vida. A pedra andará sobre a terra e o encantamento retornará a
Santos. Gratidão. Gratidão. Gratidão. Até o II Festival Estátua Viva de Santos.
Amauri Alves
Diretor do festival
Diretor do festival
3 comentários:
O olimpo foi acordado, despertaram as artes e agora nascerá no imaginário a arte de recordar. Que venha mais e mais a arte de representar.
NANI SAMPAIO - VIRGEM MARIA OU A DAMA ANTIGA
Um anjo veio ao meu encontro, e com sorriso nos olhos disse- me: ESTENDEIS AS MÃOS, E AMPARAI A OUTROS ARTISTAS, POIS ESTA PEQUENA DEMONSTRAÇÃO NESTE FESTIVAL, TORNARAIS TODOS FORTES E COM VONTADE DE PARTICIPAR DO II FESTIVAL DE ESTÁTUA VIVA DE SANTOS- O próximo será de muito mais sucesso....... Beijos a todos da produção e muitas saudades
A todos os amigos e artistas que participaram do:
I Festival Estátua Viva do Brasil.
Quero Agradecer! Sempre há tempo pra isso.
Deixo o meu carinho à essa equipe, que se formou assim, de forma competente, mas na verdade predestinada. Vocês me deram tanto suporte e segurança, que me senti acolhido numa família.
Deixo o meu respeito aos meus amigos, artistas estatuístas, que apresentaram respeitosamente seu trabalho.
No Brasil a arte das estátuas vivas é uma linguagem em processo de estruturação, documentação e definição de um conceito próprio, único e exclusivo para que possamos distinguir a arte do estatuísmo de outras manifestações.
O efeito da arte das estátuas vivas é a visão do instante. A apreciação da imagem, do gesto, da graça e da delicadeza, seja responsável, em parte, pelo interesse e curiosidade do público espectador.
Amauri Alves, querido amigo, seus olhos foram os primeiros a dizer que sim e, através deles, todos foram chegando e embarcando nessa aventura. E eu acredito nisso, no pouco de cada um, unidos somos fortes.
A arte da Estátua Viva é a Poesia em Silêncio, que merece ser descoberta por olhos e sentidos atentos à essência dos homens e mulheres que defendem essa linguagem artística.
O I Festival Estátua Viva do Brasil foi uma declaração de amor, um gesto simples, como juntar os amigos pra ver o sol nascer. E, agora, nossa pele está queimando porque o sol nasceu, vive e canta.
Agradecido.
Willian Felipe Gama
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